Todo ato insano tem em si sua razão de ser

Eis minhas loucuras, transfiguradas em letras e caracteres estranhos numa combinação muitas vezes sem sentido, malucas e desconexas, um amontoado geral de coisas sem valor algum, às quais dou o nome de distonâncias inconsequentes...

31.1.07

no meio do caminho havia um caminho havia um caminho no meio do caminho

Caminhei. Caminhei por horas, sempre para o norte. Juro. Não me desviei hora nenhuma. Mas caminhei com vontade e sem parar. Minto. Parei por breves minutos, mas a vontade de continuar are mais forte que as bolhas estouradas ou as dores nos joelhos. Caminhei, sim, praticamente sem parar. Algumas vezes as bolhas doíam. Aí eu parava por alguns minutos. Minto, foram quase vinte minutos. O vento soprava tão gostoso que seria pecado não senti-lo no rosto por mais um mísero minuto. Fiz alguns desvios, claro. A sombra daquela mangueira estava muito convidativa. Mas após cada parada eu seguia, novamente para o norte. Sempre para o norte. A caminhada tinha que continuar. Fiz algumas paradas, claro. Meus pés não agüentariam todo o caminho com as bolhas estouradas. Então eu parava. Por quase meia hora para descansar os pés e a cabeça. Sentir o vento, beber da água que seguia ligeira o córrego limpo ao pé da mangueira. Algumas mangas na mochila e seguia novamente o caminho. De novo para o norte. Caminhando firme, persistente e contente. Sem parar. Quase sem parar porque ninguém é de ferro. Também, se caminhasse demais poderiam aparecer bolhas em meus pés. Que mal teria se parasse por alguns instantes sob a mangueira à beira do riacho que corta o nosso quintal? Sombra preguiçosa. Brisa sapeca a acariciar as folhas e fazer dançar a grama. A caminhada é longa, bom comer umas mangas antes de sair, né? Mas vamos. Ainda temos muito a caminhar. Sempre para o norte. Naaaahhh acho que comi demais. Um breve cochilo resolve, claro. Mas preciso seguir para o norte. Certo. Apenas meia hora. Um cochilo revigorante antes de partir.

18.1.07

Paralelo

Em algum lugar não tão distante daqui vive um outro eu que não se esconde tanto nem mesmo se distrai pois é diferente vidente oportuno e congruente que não se parece comigo é meu inimigo melhor amigo que se esconde no final do sonho e caminha por caminhos tortos que sempre o levam ao mesmo lugar no infinito de minha percepção distante de qualquer sentido contido ou contente mas ele está sempre ali rindo do mundo que se acaba na ignorância egoísta de quem desconstrói a vida com uma caneta e chora a volta da borboleta que displicente não percebe fazer seu último vôo ao desconhecido que cortado por um “viadulto“ abre caminho para a ilusão dissidente de uma realidade vigente na inoperância e prepotência poética de quem espera pela aparição voluntária de seu destino e perplexo resolve abandonar tudo à própria sorte embalado pelos ventos calmos que tocam as pétalas caídas na sacada.

14.1.07

Identidade (distorcida) em crise

Sabe quando você passa por um túnel sem fim e inexplicavelmente este túnel chega a algum lugar e esse lugar é no meio de um grande gramado onde pássaros se banqueteiam de larvas e insetos expostos ao sol que alimenta a terra e aquece o espírito adormecido do grande guerreiro que havia se perdido por lá há milhões de anos quando todos ainda cultuavam sua história de bravura e feitos estonteantes ao pé da colina branca onde a árvore da sabedoria floresce a cada 300 anos e aturde a todos a sua volta?

12.1.07

As épicas peripécias de uma formiguinha errante

Sol no canto espera como que por encanto encontrar algum lugar no mundo onde possa passear sozinho a caminhar lentamente sem pensar no que vem pela frente se por terra ou por mar ele ainda vai encontrar este calmo lugar onde os sonhos parecem se realizar à luz do luar.

Lua espreita sorridente a cantar o caminho do rio que segue para o mar dos encantos perdidos calmamente a margear um belo campo de girassóis em flor tão bem cuidado pelo lavrador que adormecido sonha com o dia de amanhã.

Poeta maluco observa tudo isso a dedilhar as pautas de um caderno empoeirado que teimava se esconder no altar das lembranças de um tempo de rabiscos onde risco e petiscos disputavam seu lugar entre as grades imponentes de um refúgio de palavras incontestavelmente dementes.

6.1.07

De passagem para Passage

Mith-irrts: Eles são muitos, vamos nos esconder.
Naurantz: Mas aonde?
Mith-irrts: Venha, entre aqui nesse barril de cerveja.
Naurantz: Mas ele está cheio de cerveja.
Mith-irrts: Entra logo e cala a boca.
Naurantz: Também não precisa ser grosso...
Mith-irrts: Desculpa amor... mas entra logo.
Naurantz: Quando nos casamos você era mais carinhoso.
tchbum
tchbum
Naurantz: Mas não dá pra respirar.
Mith-irrts: Bebe... bebe cerveja.
Naurantz: Cerveja com halfling é bom?
Mith-irrts: Bebe logo. Eu já to bebendo.
Naurantz: Tá bom... tá bom...
glup-glup
glup-glup
glup-glup
glup-glup
Naurantz: ssBemm... ô bem ic... ssseles sstão lá ssfora ainda?
glup-glup
Mith-irrts: ssNauun ic sssei... ssbebe e fica ic keta
glup-glup
glup-glup
glup-glup
.
.
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plat-plat
plat-plat
Naurantz: ssssOqui é ic isssssso?
Mith-irrts: sssssSão ic ssseliiisssss... ssssshiiiiiiiiiii ic
glup-glup
plat-plat
glup-glup
plat-plat
kreeiiinnnnnnnhhhhhhhhh (barulho de tampa emperrada de barril sendo aberta)
Riaan: Vocês estão feridos?
Mith-irrts: sssAfassssstttisssssssss ic ou ssvoouuu usssssar ic ssminhhhh poderossssssaa ic ssbbaaaaffooooradaaasssssss diiiii ssssceerrrrrvejjjaaaaaa sssiiinnnn ic sssiiiiinnnnnceeeeennnn ic sssiiiiinnnncendiiiiiáaaariiiiiaaaa ic