Todo ato insano tem em si sua razão de ser

Eis minhas loucuras, transfiguradas em letras e caracteres estranhos numa combinação muitas vezes sem sentido, malucas e desconexas, um amontoado geral de coisas sem valor algum, às quais dou o nome de distonâncias inconsequentes...

29.3.05

pegadas na areia

Os rastros no caminho me levam a lugar algum ao mesmo tempo que me levam a algum lugar algo sendo arrastado um corpo uma alma pegadas de formiga caminho entre os arbustos formigas muitas formigas uma ponte rabo de lagarto patas de um felino carregando sua caça não há rastros não há caminhos só há trilhas chuva revolve a terra minhas pegadas marcam o chão mosquitos pousados em borboletas esquilos nas árvores micos nos galhos pássaros em seus ninhos beija-flor machucado riacho caminha ligeiro pedra escorregadia não há sol tudo claro não há trilha só mato cogumelos comem o tronco caído podridão refaz a natureza tudo se harmoniza e volta ao que era em eras de tranqüilidade nunca esquecida rastros na trilha algo sendo puxado o peso da corpo o peso da alma curupira travesso menino-do-dedo-verde semente crescida florescida na vida pegadas que ficam pra trás mas que não deixam de marcar o chão...

17.3.05

Abro os olhos... em minha frente apenas escuridão... escuridão total... um breu sem fim... a adrenalina sobe... procuro me acalmar... respiração ofegante aos poucos se cadencia... posso ouvir algo... um som estranho.. esquisito... algo áspero raspando... raspando em uma em algo macio... ou não... caminho lentamente em direção a este barulho... meus passos parecem “calar” tal som... procuro não fazer barulhos e continuo andando... posso ouvir novamente o som... chego a algum lugar... parece uma parede... lisa... comum... não há portas... não há janelas... nem mesmo rodapés... acompanho-a por alguns minutos e nada... não há portas... não há janelas... não há rodapés... não há quinas... nem mesmo cantos... pulo e tento alcançar o teto... nada... também não alcanço o chão... onde está a parede ¿... não há mais nada... não há portas... não há janelas... não há rodapés... não há quinas... não há cantos... não há paredes... não há teto... nem mesmo chão... estou voando ¿... me lembro daquele barulho... silencio... volto a ouvi-lo... está próximo... tento ir sem sua direção... por mais que parece me aproximar... mais distante ele está... ouço passos à minha direita... em seguida à esquerda... à cima... à baixo... por todos os lados... no escuro não vejo nada... não há portas... não há janelas... não há rodapés... não há quinas... não há cantos... não há paredes... não há teto... não há chão... não há escuridão... nem mesmo este gato que afago em minhas mãos...

15.3.05

O mundo é estranho... muito estranho.

(esse post deve se desenrolar nos comentários... ;)

7.3.05

Disseram que não sou gótico... por estar de azul e com gel nos cabelos... acertaram e erraram ao mesmo tempo... realmente não sou gótico... nem poderia ser... sou um atleta... um atleta do sexo e das palavras... das reticências também... “trepo” em montanhas como nenhum deles... pois lá no alto me aproximo de meu ego... não posso ser gótico... não ando pelos cantos lamentando minhas derrotas... mas quando estou nas sombras de certo arquiteto minhas vitórias... quem sabe alguma vingança... mas nunca me lamentando por perder no “jogo do amor”... não posso ser gótico... não me transverto de algo que não sou... pra que arrotar uma cultura que não tenho... por que vomitar palavras que nem sei o sentido... me disseram algo interessante... todo movimento surgido na história tem um sentido e uma proposta concreta... só o gótico é meramente estético... a cultura é inerente ao seus participantes... antes mesmo de se tornarem góticos... mas quem se diz gótico procura se tornar “culto” para preencher às “exigências” do estereótipo... tolos... todo gótico é portanto falso... e como já foi discutido antes... o “verdadeiro gótico está morto”... Mas por favor... não me confundam com essa espécie de pequenos... sou por demais grande para me rebaixar tanto...

1.3.05

Duelo entre Deus e o Demônio


Não há muito se fez um desafio
Pois entre deuses também há brio
Sem se preocupar com seus Karmas
O desafiado escolheu as armas
Paródias em alemão
Disse ele em tom fanfarrão
Certo da vitória
O desafiante se encheu de glória
Ao apresentar sem demora
A paródia que lerá agora.


Ein Stuhl in der Hölle

Wo bist du gewesen?
Sag es mir
Ich bin bei der Schwester der Mutter gewesen
Oh weh mir
Was hast du denn dort getan?
Sag es mir
Ich hab gegessen und auch getrunken
Oh weh mir
Was hast du gegessen dort?
Sag es mir
Eine Brühe mit Pfeffer gab es dort
Oh weh mir
Was hast du getrunken?
Sag es mir
Ein Glas voll mit rotem Wein
Oh weh mir
Was haben die Hunde und Katzen gefressen?
Sag es mir
Sie haben die Brühe mit Pfeffer gefressen
Oh weh mir
Was ist denn darauf geschehen?
Sag es mir
Sie sind in einer Stunde verreckt
Oh weh mir
Was wünscht du dir für deinen Vater?
Sag es mir
Ich wünsch ihm einen Stuhl im Himmel
Oh weh mir
Was wünscht du dir für deine Mutter?
Sag es mir
Ich wünsch ihr einen Stuhl in der Hölle
Oh weh mir
Oh weh mir