Todo ato insano tem em si sua razão de ser

Eis minhas loucuras, transfiguradas em letras e caracteres estranhos numa combinação muitas vezes sem sentido, malucas e desconexas, um amontoado geral de coisas sem valor algum, às quais dou o nome de distonâncias inconsequentes...

17.3.05

Abro os olhos... em minha frente apenas escuridão... escuridão total... um breu sem fim... a adrenalina sobe... procuro me acalmar... respiração ofegante aos poucos se cadencia... posso ouvir algo... um som estranho.. esquisito... algo áspero raspando... raspando em uma em algo macio... ou não... caminho lentamente em direção a este barulho... meus passos parecem “calar” tal som... procuro não fazer barulhos e continuo andando... posso ouvir novamente o som... chego a algum lugar... parece uma parede... lisa... comum... não há portas... não há janelas... nem mesmo rodapés... acompanho-a por alguns minutos e nada... não há portas... não há janelas... não há rodapés... não há quinas... nem mesmo cantos... pulo e tento alcançar o teto... nada... também não alcanço o chão... onde está a parede ¿... não há mais nada... não há portas... não há janelas... não há rodapés... não há quinas... não há cantos... não há paredes... não há teto... nem mesmo chão... estou voando ¿... me lembro daquele barulho... silencio... volto a ouvi-lo... está próximo... tento ir sem sua direção... por mais que parece me aproximar... mais distante ele está... ouço passos à minha direita... em seguida à esquerda... à cima... à baixo... por todos os lados... no escuro não vejo nada... não há portas... não há janelas... não há rodapés... não há quinas... não há cantos... não há paredes... não há teto... não há chão... não há escuridão... nem mesmo este gato que afago em minhas mãos...