E daí que não sei jogar futebol?

Todo menino tem o sonho de fazer parte de uma banda e adotar o visual “mamãe deixou eu ser rockeiro”. Tudo bem que já estou crescidinho, mas isso não me afastou desse sonho ainda... ;)... ainda vou ser o saxofonista de “minha própria” banda de “True-irish-hard-speed-ska-punk-core-trash-gothic-gutural-melódico-revoltado-gospel-dos-infernos-quer-que-repete-devagar?”... não, este não é o nome da banda, é só o estilo que ela toca. Teremos letras política e ecologicamente corretas, que falam de amor pela vida e pelos animais (tá, esse é só o lado gospel), mas nos refrões adoraremos demônios e a morte, falando de suicídio coletivo com uma batida bem rapidinha e alegre, incentivando a quebradeira geral e os “mochas” destrutivos bem perto do palco para podermos pular no meio de voadora; nossa primeira música de trabalho seria composta por repetições consecutivas de “Maria Claaaaaaraaaaaaaa uhuuuuuuuuuuu” para fazer sucesso muito rápido e nos projetar na mídia, mas depois faremos pose de anti-capitalistas e punk revoltados (não podemos negar nossa essência) e cuspiremos nessa música dizendo que foi obra da gravadora e que não a aceitamos como nossa... lógico que como saxofonista irei contradizer todos os preceitos e ficarei com camisa sem manga para mostrar meus braços na frente do palco (saxofonista sempre fica no fundo escondido do lado do tecladista contratado). Seremos 2 bateristas, ambos com bumbo e pedais duplos conjuntos para os graves serem beeeeeemmmmmmmm poderosos, 2 guitarristas (básico), 2 baixistas (uma mulher e um cara, lógico que a mulher é a principal e também a que toca melhor), um deles harmônico (sei lá se é esse o nome que recebe aquele baixo grandão que fica apoiado no chão), uma vocalista bonita e gostosa com a 3ª guitarra e uma voz muito bacana e que cante muito bem (algo na banda tem que salvar), um trio básico de metais, eu no Sax “solo” e principal, e duas backing vocals... fala a verdade... seremos a melhor banda de “True-irish-hard-speed-ska-punk-core-trash-gothic-gutural-melódico-revoltado-gospel-dos-infernos-quer-que-repete-devagar?” do mundo...

Purê de melancia ;)

Aumentar ainda mais a potência de meu feixe de prótons era algo complicado, além de muito perigoso, eventos inimagináveis poderiam ocorrer. Segundo meus cálculos, se elevasse em apenas mais um décimo o potencial eletromagnético e em cerca de 0,3 mHz a freqüência ressonântica capacitiva polarizada induzida do feixe secundário, já seria possível promover a fissão das moléculas de hidrogênio presentes no ar com os elétrons dissipados pelo feixe principal o que, além de gerar blocos de hélio solidificado, iria ainda alterar toda a estrutura quântico-temoral, podendo resultar na ruptura da luz, num processo semelhante ao das dobras espaciais, mas que alteraria o curso normal do tempo, criando alguma espécie de portal.

Pois bem, vistos os riscos que uma mínima elevação da potência de meu feixe de prótons causaria, resolvi promover algumas alterações em sua construção visando maior estabilidade e controle sobre os efeitos aleatórios que, embora calculados, ainda assim eram imprevisíveis...

Longe entardecer
Ar frio aquece
Ventania