Todo ato insano tem em si sua razão de ser

Eis minhas loucuras, transfiguradas em letras e caracteres estranhos numa combinação muitas vezes sem sentido, malucas e desconexas, um amontoado geral de coisas sem valor algum, às quais dou o nome de distonâncias inconsequentes...

2.6.05

É, eu sei que tenho sido um garoto relapso, que tenho postergado em demasia coisas em demasia, que tenho sido um mau amigo, e um péssimo pai, um namorado...calma... acho que isso eu tenho feito direito, enfim, ontem eu percebi que um dos motivos disso deve estar envolto nas tramas mórbidas e frias advindas da terra do nunca, é também o fato que trouxe a nós as ondas do mar... uma espécie de pré-distúrbio pós-psicológico de proporções infinitamente poli-polarizadas, mas isso não significa que o advento das asas tenha sido feito por outras funções ou perspectivas, entretanto sabemos que se podemos voar em meio às nuvens, também o podemos realizar de cabeça pra baixo, como que imitando os morcegos... poderíamos ainda nos valer de nossos sonares para afugentar todo o sono que permeia o mundo dos vívidos lunáticos da cabeça branca... entretanto, mesmo após isso, ainda estaríamos certamente perdidos, ou em vias de nos perder nas profundezas não tão obscuras, e nem menos clarificadas, do inconsciente coletivo, aquele lugar tão quieto e sossegado onde todos temos nosso acre de terra para fazermos nossa pequena hortinha, onde podemos plantar cabeças, sem esquecer de preservar a mata nativa de espinheiros em flor, pois as flores atraem animais silvestres e as abelhas procuram por seu néctar... colméias particularmente robustas a gotejar um mel tão verde quanto néctar do cáctus do qual sua carne retiramos para nosso sustento nesse mundo de paralelos terciários e amorfos.