Todo ato insano tem em si sua razão de ser

Eis minhas loucuras, transfiguradas em letras e caracteres estranhos numa combinação muitas vezes sem sentido, malucas e desconexas, um amontoado geral de coisas sem valor algum, às quais dou o nome de distonâncias inconsequentes...

8.3.06

O Tobias só aparece na história beeeem depois. Tobias é um labrador... ¦D

Já nos primeiros meses, conheceu uma garota linda, seu nome era um tanto exótico, Amina, era uma caloura de Belas Artes. Se conheceram na biblioteca enquanto fazia uma pesquisa sobre “um tal de” Bauhaus para a disciplina “Introdução ao desenho técnico”, achou estranho, mas o livro que precisava era sobre arquitetura e estava numa das estantes da seção de Artes, mas como precisava fazer o trabalho de desenho relevou esse pequeno detalhe. Livros em mãos, se dirigiu para uma das mesas de estudos, como todas estavam ocupadas, perguntou hesitante se poderia se sentar em uma daquelas que tinha apenas uma pessoa sentada. Um breve olhar e um gesto afirmativo com a cabeça foram suas únicas “palavras”, então ele se sentou. Era uma garota, cabelos curtos, roupas “estranhas” combinadas de forma mais estranha ainda, devia estar com umas 3 blusas, cada uma com um pouco mais de pano que a outra e todas de cores diferentes e até estampas, era bonito mas não costumava ver esse tipo de combinação... na verdade já tinha visto um grupo que costumava se vestir mais ou menos assim, dessa forma mais “alternativa”, com bolsas de lona nos ombros saias longas e sandálias, mas essa garota era diferente, suas roupas também, mais tarde, quando ela se levantou descobriu que ela usava uma calça caqui com muitos bolsos, inclusive nos joelhos, e uma bota militar.

Tentava fazer seu trabalho, mas inquieto não conseguia se concentrar muito, tudo nela chamava sua atenção, as marcas de tinta preta (viria descobrir depois se tratar de nanquim) nos dedos, a tatuagem que lhe subia os ombros desde o braço. Ela com certeza era muito diferente das garotas de sua cidade. “Perdeu alguma coisa” – disse ela com voz firme mas sem ser rude. Perdido por ter sido descoberto e com o rosto em brasa, conseguiu proferir algumas palavras trêmulas: – “V..você é da engenharia?” – e aponta para um dos livros que ela consultava; em tom meio de deboche ela completa – “Você quer dizer Arquitetura? Não, eu estudo Artes.” – Ele então mostra o livro que consultava – “Achei que estivesse fazendo o trabalho de desenho também” – Com um gesto de cabeça ela diz que não, e volta a seus estudos. Foi assim que conheceu Amina.

Se encontraram outras vezes, algumas “forçadas” outras ao acaso, mas quase sempre Vladmir fingia dúvidas sobre temas relacionados a arte, claro que procurou estudar e conhecer mais sobre o assunto para que suas dúvidas parecessem reais, e assim foi nascendo um certo fascínio, não apenas por aquela linda garota, mas também pela arte transfigurada num termo “menor” conhecido como design, o estudo da combinação de formas, cores e materiais lhe parecia muito promissor, tanto que antes do término do semestre procurou uma forma de se transferir, esbarrando num fatídico “Teste de aptidão”.