Janelas da vida.
Outro dia olhei pelas janelas da vida escondida entre as folhas da sabedoria milenar do falcão que voa entre as nuvens à procura do coelho de botas verdes que saltita pelos campos enquanto ouve a septuagésima quinta sinfonia do seu Madruga cantada pelos sabiás do peito amarelo que pousados sobre os galhos da aurora espiam o cotidiano alheio pelo simples prazer de se verem e sentirem por cima da carne seca mesmo embora sob suas patas descanse a pedra esquecida dos templos religiosos das formigas escavadeiras que permeiam a terra de túneis sem fim em um emaranhado contínuo onde cada galeria leva ao encontro da mais livre descoberta perdida entre os folículos pulmonares daqueles que respiram a vida pelas janelas da vida...
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